A coincidência das tuas mãos no adeus é hoje o afago expandido no meu rosto A coincidência das tuas mãos remotas num decalque inóspito são hoje as mãos que sofregamente me abreviam os seios E a exasperada raiva mastigada nos meus lábios É hoje a tenuidade com que rodeias O meu corpo e me fecundas!
Escarlate o gozo Púrpura a sedução E esse mar fogoso a minha sombra Que da cor violeta me adormece. Destino-me lua seduzindo o sol É assim que amo, assim te pertenço Despida, insolente, tua! Sou a outra parte do estio Aquele que queima, inflama E em labareda te consome E tu, a parte etérea do universo Aquela que cega, aturde, E vertiginosamente me faz perdida! (imagem: Chagal)