28 novembro 2008

mesmo que íngreme

Passagem fugaz
que não me destina
com afago de dor
olvidarei...
e sempre
traçarei o trilho
mesmo que íngreme...
e farei dele
tapete de outonais folhas
que serenamente
hei-de caminhar
até às minhas
auroras boreais...!

24 novembro 2008

e depois de...

Foi próximo de ser abismo que te calei
quando as tuas mãos arrebatadas,
divagaram pelo meu corpo
e ávidas encontraram as minhas,
toque viril que senti entrelaçado
Fogo ardente…
Vértice dos nossos corpos que se moldaram
uníssonos… despidos de nada!
e…
tão perto de ser abismo
Voltei a calar-te...
no ardor do silencio desnorte
do teu corpo aberto,
onde errante me perdi.
E na tua boca… sôfrega,
por instantes me saciei e morri
e...
pelo desespero de ser fim
porque o abismo está tão próximo
eu tenho medo…!

09 novembro 2008

que te amo


Um dia vou dizer-te...
o quanto eu te amo
Vou me embalar nos teus olhos
e recordar o teu riso…
quando te sufocava
com a intensidade de um beijo
Vou dizer que te amo
Gritar na planície o teu corpo
e aguardar o eco para ouvir
na saudade…
Vou dizer que te amo
e gemer no auge do teu prazer
Não quero apagar os passos
que percorremos lado a lado
mi cerando o depois que eu não quis
Nem o sonho de dias insanos
de amor que nunca tiveram horas
nem as noites brancas
Que nunca amanheceram
Vou dizer que te amo
e apanhar, uma a uma
todas as letras
que caíram do teu nome
Vou amar-me antes de ti
como tu assim me amas
Para em pleno
Poder compensar-te
por toda a ausência …que fui
Um dia vais ouvir me dizer
Que te amo!