25 fevereiro 2010

amante de todos os poemas de amor


Como se abrissem janelas
e respirassem vento
ousam os olhos
a calma de um amante
de todos os poemas de amor

Deixem que me embale por eles
(os teus olhos)
Sabendo que na próxima aurora
Serão os meus
Clamando poemas de amor


Tão belos como castelos
onde moram as trovas
de um amor sem trono
amor plebeu…
que se entrega sem permuta
a um poema de amor

Sinto-te tango, arguto,
da dor e da raiva rasgada
sabor cidra que invejo
no suar das folhas
que te escrevem
poemas de amor!


(imagem: Olga Sotto)

07 fevereiro 2010

chamando o vento



Ama-me, sem que o meu silêncio te perturbe
Ouve-me no rastear do vento de palavras quentes
quando a minha voz te chama
Dá-me, jamais o que pedirei
enquanto for longe o render
da tua língua de fogo,
que me incendeia inteira
e donde teimosamente renasço...
e renasço!
Caminha sem o meu chão...
nas cinzas onde lentas,
morrem névoas amarguras
Colhe-me, em gomos de amor
antes que se decline
a firmeza do meu olhar!