25 agosto 2008

esfinge de fogo marcada


Poesia de ter...
Poesia de dar...
Escrita de ver
Marcada no meu olhar
Fita a brancura de sal
Num imenso mar de marfim
Pena de dar teu poema
Escrita de ver constante
Estóica como um amante
Que não sabe ser oculto
Poesia de ter, de te ter
Marcado a ferro de esfinge de fogo
Perpetua o que jamais
Soubeste ter…!

quão longínquo

Quisera ser rochedo
De rocha vulcânica
Ainda incandescente
Para correr nos sulcos
De uma aventura qualquer
Quisera ser planície
De cinza seca
Para o vento bravio
Levar tão longe…
Que fosse longínquo
Aportar esse navio.
Quisera ser mar vermelho
De sangue e de águas quentes
Para correr nas tuas veias
E alcançar-te!

18 agosto 2008

entre dois tempos

As estrelas brilham… ou fingem
Enfeitam o peso em mim
Aliviam-me a mente
Pesa-me mesmo assim!
Queria que fosse diferente
Leio…
Mas não entendo
Não sei onde chego
Inquieto-me…
Penso…
É dualidade
É isso! Descobri
Dualidade
Sem mágoa
Sem maldade!

13 agosto 2008

A certeza que era

Perguntas que voaram
Nos seus longos silêncios
Gestos por decifrar
A construção
A separação
O dar a mão…
Falou o meu sentido
Outrora a sábia certeza
Da prisão

11 agosto 2008

Razão

Tosca e torta
Assim caiu do céu
Ingenuamente branca
Gotejando
Pingos de ouro
Que se espraiaram
Na terra seca
Refulgente
E floriu!