09 dezembro 2008

olhos de água...




Enternece como te despes assim…
Tanto que alcanço no fundo dos teus olhos!
Pode ser retórica, lugar comum
“Os olhos são o espelho da alma”
certa que esses teus olhos
não são espelhos!
são a tua alma exposta…!
Leio nos teus olhos…
como murmurasses ao meu ouvido
palavras que nem preciso ouvir,
Porque ouço nos teus olhos…
o brilho distante da paixão
vivos, de um amor platónico
a tua verdade…
olhos de água e de mágoa
olhos infantis e traquinas
leio tanto nos teus olhos…!
Leio tudo o que disfarçadamente escondes
nos teus olhos… o silencio
do tempo que te consome,
e a minha esperança de os ver florir!
Gémeos os meus olhos, dos teus
olhos que não me enganam
mesmo quando fisicamente distantes
pressinto-os…
e vejo a tua insegurança na mentira
vejo a alegria infantil quando brincas
vejo a raiva, o ciúme, a dança e o sorriso
A adrenalina da aventura
E vejo quando transbordam da tua rara meiguice
Olhos de melodia, batida no coração
quando voas na odisseia dos teus sonhos,
vejo a traição ingénua, o amor solidário
vejo tudo… e tantas vezes não quero!
Não escolhi ler-te assim a alma…
Foi assim desde o primeiro olhar… e tu deixaste!
Quanta similitude nos nossos olhos nús
Porque te conheço tão fundo?
Porque te despes assim?

3 comentários:

Anónimo disse...

OIzinha, seu blog é interessante, verdade mesmo! Rrsrsrs, gostei do seu poema, vc está apaixonada?

mariam [Maria Martins] disse...

L.do Olhar,

belo poema! Gostei muito!
Obrigada, p'las palavras, tenho estado a passear por aqui, e voltarei.
As imagens, lindas também, é alguma sua?(a de Gustave Klimt - "Mãe e Filho", é a única que conheço :))

boa semana e um sorriso :)

mariam

maré disse...

vemos

para além

muito além

às vezes vemos
e tanto queriamos cegar...


______

um beijo